quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A Divisão Sexual no Trabalho


Segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988 no artigo 118 inciso I “todos são iguais perante a lei”. Mas porque ainda vivemos em uma sociedade com tanta desigualdade? Para Salvador Allende “Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos.” Nesse sentido podemos refletir sobre as desigualdades no mercado de trabalho quando comparamos homens e mulheres.
Cresce exponencialmente o número de mulheres em postos diversos no mercado de trabalho. Hoje vemos mulheres ocupando postos que, tradicionalmente, eram ocupados por homens. Podemos citar como exemplo a função de motorista de ônibus e taxi, petroleira, maquinistas, entre outras. Percebemos também, mulheres ocupando altos cargos executivos em empresas privadas e na iniciativa pública. A despeito de todo esse avanço é inegável que ainda persistam diferenças e a mais gritante é o fato de que as mulheres continuam ganhando menos que os homens que ocupam mesmo cargo/função.

Fato é que divisão sexual no trabalho está inserida na divisão sexual na sociedade que, obviamente, varia de sociedade para sociedade num determinado tempo. As mulheres recebem em média 22% menos que seus concorrentes masculinos, mesmo ocupando os mesmos cargos e desempenhando as mesmas funções. Numa empresa, em geral, 80% dos postos de trabalho são ocupados por mulheres, mas apenas 20% delas, ocupam postos de chefia. No entanto há quem entenda que essa desigualdade salarial tende a diminuir nos próximos anos.

Outro ponto, que merece destaque é que no Brasil muitas trabalhadoras ocupam postos de trabalho visto como feminino, tais como: empregadas domésticas, babas, professoras de crianças, entre outras. Essa concentração de mão de obra feminina em postos reconhecidos socialmente com trabalho feminino é característica de uma sociedade que ainda não trata homens e mulheres de forma igualitária quando o assunto é mercado de trabalho.
É bem verdade que, enquanto sociedade, já avançamos bastante. Muitas conquistas foram alcançadas pelas mulheres brasileiras, tais como: estabilidade no emprego durante a gravidez e cinco meses após o parto. A participação da mulher brasileira no mercado de trabalho vem aumentando, muito porque também vem aumentando o grau de instrução das brasileiras e isso é fruto da luta e esforço de cada trabalhadora. 
Nos últimos anos, muita coisa mudou e essas mudanças são decorrentes do desejo da mulher de ter as mesmas oportunidades, de mostrar o quanto é capaz. Trabalhar fora de casa, receber seu próprio sustento e de sua família é algo relativamente novo que precisa cada vez mais de reconhecimento e melhorias. A desigualdade precisa ser combatida, precisamos ter uma sociedade que efetivamente trata a todos de forma igual e que tenha igualdade de condições e oportunidade entre gêneros. Para nós mulheres a luta continua, nossas antepassadas alcançaram êxitos em suas causas, mas não podemos perder o foco de que há muito a ser feito.


Bibliografia:
Carloto, Cássia Maria. Reestruturação Produtiva e o Trabalho Feminino: Gênero, Reestruturação, Produtiva e Trabalho Feminino.
Falcão, Juliana. Elas realmente não fogem da luta

Juliana Ribeiro de Oliveira

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